ácido pra diluir você

Sabe aquele silêncio que você deixou quando a última gota de vodca caiu da garrafa? Sabe aquelas linhas cafonas que você escreveu na minha pele? Sabe todo aquele joguinho de palavras que você sempre evitou entrar? Joguei fora.
Todas aquelas lembranças foram embora no ralo, e agora espero não mais ter que drenar a dor - espero que ela não volte. Agora ando com o corpo blindado, foda-se o que posso perder com isso. Dores passadas já não me interessam mais. Se ainda acordo com febre de um sonho ruim, sei que um copo d'água ajuda a aliviar. Se ainda me apavoro por andar em certas ruas e estações de metrô, respiro fundo pra calma vir à tona. As cicatrizes são incuráveis, mas se preciso for eu as cubro com desenhos coloridos que me façam rir de mim mesma. Hoje, não me equilibro mais na corda bamba. A fumaça densa se dissipa a cada passo que dou para frente. Sigo te matando aos poucos na minha história.


Um comentário:

Marta Prada disse...

foda. eu me rabisco inteira.