Outro dia ele me aqueceu o ego com uma simples lembrança. Não me levou
para jantar, não trouxe vinho, não olhou nos meus olhos. E mesmo do outro lado
da cidade, fez com que aquela tarde vazia se transformasse em sorrisos.
Ele vinha de mansinho às vezes, sempre com o mesmo jogo de palavras
cruzadas onde tudo se encaixa. Ele sabe meus gostos e minhas paixões, quando
vem, sabe exatamente quais peças manusear para ter meu corpo nas mãos.
Eu evito entrar nesse jogo, mas é difícil ouvir aqueles acordes e dizer
não. Aquele olhar me vem à mente, aquele gosto que não esqueço... dá vontade de
se perder. Te peço pra correr, não me provoque, não me engane.
Coração na mão como um refrão de
bolero,
Eu fui sincero como não se pode
ser...
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