. dos cês que não voltam .

“Vou ficar mais relax mesmo (...) É apenas um aviso que eu deixo bem simples: se quiser, me procura você”.

Fechou o livro, página 48. Olha para os lados, acende um cigarro, pede uma cerveja. Olha pro céu estrelado, está sozinha. Ao lado, mesas e sorrisos, conversas sobre o jogo, a novela, a conta atrasada, o chefe pentelho, a hora extra. Vontade de esmagar a dor com os dedos. Taca um foda-se, acende outro cigarro, tira a jaqueta e pega o celular.

-       Oi.
-       Quem é?
-       Não lembra a minha voz?

(Pensei que a porta não abriria mais.)

Não abriu. Eram lembranças, estava tão fora de si que nem percebeu que aquele número era o errado, o endereço também. Tinha esquecido de entregar o livro, que agora estava amassad e com a assinatura dele quase imperceptível.

Jurava que ainda tinha o seu cheiro. Sorria enquanto divagava loucuras e sentia falta do abraço mais quente que um dia provou.

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