Faltam poucos dias. Camila entrou no quarto, viu que as malas já estavam prontas. Quase nada estava fora das malas. Era definitivo, Renato iria realmente embora. Ele sempre dizia que precisava se encontrar e tal e coisa, mas ela sempre achou que era apenas um climão.
Ela segurou as lágrimas. Como assim, ela iria chorar por ele? Mas Camila não namorava há anos?
Conheceu Renato numa festa, quando estava solteira. Se entregou a uma paixão devastadora, um misto de carinho, tesão, amor, tesão, amizade, tesão. Uma coisa louca que os dois viveram. Ela estava na fase mais desconfiada de sua vida, nunca acreditou que ele falava a verdade. Hoje vê tudo de outra forma. e se cala diante a uma realidade/ficção que criou.
Ele estava no banho. Ela escreveu uma carta e deixou em cima da mesa.
“Loucura, né? Eu, aqui, novamente com você. não devia ter vindo, mas vim. Por que você é tão bonito e sedutor?
Me pego várias vezes pensando se isso um dia daria certo. Sei que não. Nossa história – agora – nada mais cresceria que noites de sexo e álcool. E por menos futuro que tenhamos, gosto disso. Gosto de você, dos teus olhos verdes, do teu cheiro.
Queria ter me apaixonado por ti no momento certo. Mas talvez a nossa história acabaria muito antes de acontecer essa paixão que sinto – e acho que é recíproca.
Te amo de um jeito só nosso. Peço que fique. Mais um mês. Por nós dois.
Ou melhor, vá. Mas volte logo pra mim.
Beijos”
Ele fechou o chuveiro ainda cantando. Abriu a porta do banheiro e viu que Camila não estava mais lá. Foi embora repentinamente, da mesma forma que chegou.
Olhou a mesa, viu a carta. Pegou as malas e foi embora.
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