O vento espalha o frio pelo meu rosto, do jeito que eu gosto. Gosto de sentir a garoa na cabeça, observar cada gota caindo no asfalto e causando o caos na cidade. Às vezes o trânsito cai como uma luva na paisagem da capital.
Durante esses dias que passaram, te estudei de longe. Lembrei cada palavra, verso e música. Tentei achar em minha mente o teu rosto e, como é mesmo a tua voz? Acho que esqueci.
Percebo que, em certas ocasiões, você foge. Teus medos não me convencem. Acho que esteve mentindo todo esse tempo. Quando busco apurar uma informação mais superficial, não chego nem perto de desvendar tal segredo. E nesse jogo de mistérios, você é bem melhor que eu, esconde o jogo e eu finjo que acerto. Você finge que perdeu, e fica tudo bem.
Hoje o céu ta cinza, e até andou ensaiando uma garoa. Pra construir o segundo ato, ta faltando o protagonista da peça mas, cadê?
- Esquece isso e curte a chuva.
- Não dá, não posso, o jogo está na metade.
- Mas o jogo já acabou.
- Não, isso é só o começo.
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