do grito que não sai

Acho que to precisando gritar. Aquele grito que liberta, como quando grito na música “Pra Ser Sincero”, seja num show do EngHaw ou Pouca Vogal (que é a mesma coisa, só que diferente). Gritar, falar alto, blefar e dançar a noite toda com a mesma garrafa de cerveja na mão. Deixar o eu guardadinho pra viver – nem que seja numa única noite – minha vontade de gritar. Sorrir, suar, borrar a maquiagem, ficar molinha de sono (e de cerveja demais), beijar na boca, sentir-me poderosa. Nem que toda essa fantasia acabe ao amanhecer. A gente sabe que sempre acaba. Não me importo de ser mentira quando estou ciente disso.

Tem vezes que noites de fantasias são mais verdadeiras que dias coloridos. Sei bem, a dúvida é o preço da pureza, mas viver numa oscilação de esperanças é foda. Mas sem isso deve ser mais foda ainda.

que a noite caia,
de repente caia,
tão demente quanto um raio.
que a noite traga alívio imediato.

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