A porta abre, ela passa. Seu perfume beija o olfato de quem por ela passa. Um misto de febre, fato e fúria estão nos olhos pintados, borrados por uma lágrima insistente, única prova de que ela ainda possui alma.
Vestido curto, pernas brancas, salto alto. A boca vermelha pede por algo gelado. Pede cerveja, fuma um cigarro, ri alto, chora baixinho. Fecha os olhos.
Ela enxerga de longe, lá de dentro de suas visões, ele, ali, descendo, sorrindo com outro alguém, nem vê, passa direto, desapercebido, destemido, surreal.
Abre os olhos, fecha a conta. Agora vilã, levanta, pega o metrô, coloca seus óculos escuros, pega as chaves, sobe as escadas camabaleando, acorda com gritos, sai de casa, vai trabalhar.
Faz tudo por instinto, não mais por emoção. Agora vilã, não há nada que possa fazer pra mudar o retrato. (...)Foda-se(...)
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