O dia começou cinza, mesmo assim ela levantou da cama. O relógio mostrava que ela estava atrasada há mais ou menos 2 horas. Pela janela do quarto, notou que garoava. Correu para o chuveiro, cantarolando para si mesma a canção que cantara na noite anterior.
Sentiu a água quente abrindo os poros da pele. Ela gosta de ver o espelho embaçando, para depois escrever pequenas frases de efeito. Pelo atraso, não escreveu nada, mas chorou compulsivamente enquanto o condicionador fazia efeito.
Para vestir, separou um vestido preto, daqueles de parar o transito. Talvez daquele jeito, seu ânimo poderia voltar. Não voltou.
Chegou no trabalho, e notou que na mesa havia centenas de processos para arquivar. Com o atraso, as folhas se multiplicaram. Arquivou um por um, com cuidado para guardar tudo em ordem alfabética.
Deu 17h. Bateu o cartão de ponto e foi pra rua, não queria voltar pra casa.
Caminhou por toda Avenida Paulista. Sentou num bar da Augusta e pediu um conhaque, depois uma cerveja. Enquanto saboreava o gosto quente, uma lágrima percorreu seu rosto lentamente, deixando um rastro negro na pele branca, quase morta, daquela garota.
Ela ficou naquela mesa até às 23h, pensando sobre tudo o que aconteceu. Pediu uma tequila e pagou a conta.
Foi andando pra casa.
Não lavou os pratos, não fez as malas. Apenas deitou e fechou os olhos, antes que amanhecesse e o sol tornasse tudo um caos novamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário