A fuga

- Ela sumiu.

- Como?
- Sumindo, oras...

Assim começou o mês. Um sumiço repentino, sem rastros, provas ou crimes. Ela foi embora como se quisesse se libertar. Agora, já sem nome ou telefone, sem documentos ou conta no banco, ela percorre ruas e cidades que jamais pensou alcançar.


- Agora ela pode gritar.


Ela tira os sapatos, se joga no colchão e bebe mais um copo de vinho. Saboreia e sente o sabor doce... ri de quando dizem que é louca, chora quando a julgam vulgar, mas ergue a cabeça e vive um dia após o outro, sem se arrepender do que deixou pra trás.

- Ela sumiu.

- Eu já sabia.
- E volta?
- Isso é segredo...

Nenhum comentário: